quinta-feira, 1 de março de 2012

A materia da reportagem !



O dia de ontem, 29 de fevereiro só voltará a aparecer nos calendários daqui a quatro anos, próximo ano bissexto, o qual possui um dia a mais do que os convencionais 365 dias. No entanto, para Flavia Ambrozio Brito Kaneda, 25 anos, essa data nunca mais será esquecida e será lembrada de maneira especial anualmente. É que ontem ela se tornou mãe pela segunda vez. Logo aos 12 minutos do dia, ela deu à luz a Marco Henrique Kaneda, um garoto saudável e que leva o nome do pai. A homenagem, porém, foi feita com muita dor no coração, pois há um mês ela perdeu o companheiro, vítima de Aplasia Medular, uma doença caracterizada pela deficiência medular, ou seja, disfunção da medula óssea, sendo tal doença separada em dois níveis, a moderada e a grave.

Seu esposo lutou contra a doença por dez anos, mas foi vencido no dia 28 de janeiro deste ano. Por alguns momentos Flavia pensou que não suportaria tamanha dor, mas apegada à fé em Deus e ao filho que estava para nascer ela vai encontrando forças. Ontem no hospital ela estava feliz ao lado do filho. Dizia que o garoto era um presente de Deus. “O Marco Henrique foi um presente de Deus para amenizar um pouco esse sofrimento todo que passei”, disse ela, que tem outra filha de 2 anos e cinco meses. “A Karine ainda chora muito pela perda do pai, mas sei que com o tempo ela vai crescer e superar tudo. Confio muito em Deus e tudo isso será superado”, confia.

Sobre a data do nascimento do filho, que para muita gente é carregada de superstições, ela não dá muita importância. “Para mim o dia 29 de fevereiro sempre foi uma data normal. Claro que agora passa a ser especial por causa do nascimento do meu filho. A partir do próximo ano vou comemorar o aniversário dele no dia 1º de março. Meu filho era esperado para o dia 2 de março, mas foi necessário antecipar a cesariana para esta data. Por isso acredito que foi uma providencia de Deus, nada mais”, diz Flavia. 

A intenção do casal era que o filho se chamasse apenas Henrique Kaneda, mas após a morte do esposo, Flavia decidiu acrescentar o nome do companheiro no registro de nascimento. “É uma forma de homenagear o pai que infelizmente não teve tempo de conhecer o filho”, lastima. Com o esposo adoentado, Flavia teve uma gravidez bastante difícil. Ela conta que passou a maior parte dos nove meses no hospital, em Curitiba, ao lado de Marco. “Eu passava mais tempo no hospital e meu esposo também vinha pouco para casa. Tanto que só descobri que estava grávida após três meses de gestação. Ele descobriu a doença em 2001, mas em 2006 é que o problema foi se agravando mais. No ano passado, foi descoberto no Brasil duas pessoas compatíveis para o transplante de medula, mas como o hospital de Curitiba entrou em greve não possível fazer o procedimento”, lamenta.

Um dia após o sepultamento do esposo, Flavia disse que passou mal e precisou ser internada no hospital Santa Casa. “Tive hemorragia e precisei ficar internada. Mas no hospital eu pensei que era hora de tomar coragem e levantar, pois tinha um filho na barriga e não poderia adiar. Então voltei para casa e graças a Deus o meu filho nasceu com saúde e não teve nenhuma complicação”, agradece. Marco Henrique nasceu com 3 quilos e 70 gramas e medindo  47 centímetros. Agora Flavia pretende virar essa página de sua vida para se dedicar aos filhos. “Ainda sofro muito, minha filha chora, mas quando ela crescer um pouco mais vai entender o grande pai que teve, assim como o Marco Henrique.” Flavia completaria quatro anos de casada no próximo dia 10 de  maio.

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